quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Conduzir ao contrário

Chegados ao aeroporto de Malta, tinhamos um chouffer á nossa espera, seria uma linda Hiace que nos iria transportar ao hotel, cujo tecto do quarto iríamos ficar a conhecer tão bem (íamos de lua-de-mel, lembram-se?). Enquanto o senhor carregava as valises, eu vou abrir a porta para entrar para a carrinha. Chegada ao lado do pendura, só havia porta para os bancos da frente e pensei "se calhar vi mal e não há bancos atrás". Voltei para trás da carrinha para ver melhor, efectivamente havia bancos traseiros, porta é que não. E é neste momento que reparo que o volante está do lado direito. Chamo a atenção do "meu noivo" para tal facto e ele, sempre solidário e numa demonstração impar de apoio, diz "Conduzes tu!!! Eu não conduzo aqui!".

O nosso Kia do contra
A minha primeira preocupação foi ver se os pedais não estariam também trocados, felizmente a embraiagem mantinha-se à esquerda.
A primeira rotunda que se faz é tão assustadora que vocês não imaginam... e não ia a conduzir. Mesmo com um chouffer é muito estranho fazer as rotundas no sentido dos ponteiros do relógio. Por sorte entre o aeroporto e o hotel haviam tantas rotundas que, quando cheguei ao destino as rotundas já não me faziam confusão.
Só quando se conduz ao contrário é que nos apercebemos da quantidade de coisas que fazemos ao volante sem pensar:
  • Piscas: das primeiras vezes que queria assinalar a minha mudança de direcção ligava as escovas do para brisas (os coisinhos estavam trocados);

  • Mudanças: passei a conduzir com a mão direita no volante e a esquerda na manete das mudanças. Porquê? Porque já me doía os nós dos dedos de tanto bater na porta de cada vez que mexia nas mudanças;

  • Espelhos: sempre que queria ver se vinha alguém atrás de mim olhava pela janela à procura dum espelho que estava do lado oposto, do lado esquerdo. Se queria ver se podia ultrapassar ou mudar de faixa olhava para o tablier do carro;

  • Marcha a trás: foi das cenas mais engraçadas que fiz. Quando faço marcha a trás tenho o hábito de me virar para trás em vez de controlar a manobra pelos 3 espelhos. Em Malta não me virava para trás, fazia contorcionismo para conseguir ver alguma coisa. Em vez de rodar o corpo para a esquerda (o meio do carro estava à esquerda) não, rodava para a direita e inclinava-me para a esquerda para conseguir ver o vidro traseiro do carro;

  • A caixa de velocidades é igual, mas vamos sentados do lado errado. Ou seja, a 1ª em vez de ser junto ao banco onde vamos sentados é encostada ao banco do pendura. Por diversas vezes que quase engatei marcha a trás quando estava a reduzir para 2ª a chegar aos cruzamentos.
Ainda levou uns 3 ou 4 dias a habituar-me a todas aquelas mudanças, mas consegui conduzir dia e meio sem incidentes. Felizmente nunca me deu para circular em contra-mão, só para não ver uma rotunda (aquilo para mim era um cruzamento).
Aconselho vivamente a experiência, mas assim num ambiente "calmo", porque a aventura até correu bem. Se fosse em Londres... nem quero pensar.

2 comentários:

Nanda disse...

Eu quero lá irrrrrrrrrrrrrrr! Buáaaaaaaaaaaaaaaaa

Anónimo disse...

O nosso bolinnhhhasssssss!
que saudades!

Além disso eu tinha a mania de entrar no carro por o cinto e começar a conduzir .. chegava a por as mudanças e tudo... lol

Prima vamos nos teus anos....a Malta