Tudo no Egipto impressiona: o calor, que mesmo em Agosto se suporta melhor do que dias quentes em Lisboa por ser bastante mais seco; construções com milhares de anos ainda de pé, mesmo que já um bocado destruídas pela erosão ou por terramotos; o tamanho dessas construções; o deserto; o trânsito na cidade do Cairo; e muito mais.
O que mais me impressionou no Egipto foi Abu Simbel (situado na Núbia, no sul), especialmente o templo de Ramsés II. Este foi o faraó mais importante na história egípcia. O mais conhecido fora de portas é o Tutankhamon, mas porque o seu túmulo foi o único que foi encontrado intacto. Não foi saqueado porque a entrada estava escondida sob outro túmulo. Na altura, depois do faraó bater as botas, a teoria era “esquece lá o gajo e passa ao próximo”. Nem terminavam os túmulos, que começavam a ser construídos assim que tomavam posse do estaminé. O chavalo morreu aos 18 anos, não teve tempo para grandes obras, que era a forma como se “media” a grandeza dos faraós.
Voltando a Ramsés II, os templos em Abu Simbel são uma homenagem a si próprio e à esposa preferida Nefertari, foram totalmente esculpidos na rocha. O templo de Ramsés impressiona logo à entrada com as 4 estátuas de 20 metros de altura. Quando se entra, existem várias salas de ambos os lados do corredor principal, que mede uns singelos 60 e tal metros de comprimento. A parte que mais impressiona é a sala no final do corredor, a parte mais sagrada do templo onde só o faraó podia entrar. Tem 4 estátuas, a de Ramsés (claro) e dos Deuses Ra-Harakhte, Ptah e Amon-Rá (o Deus do Sol, um dos mais importantes). E agora sentem-se porque vem a parte mais espectacular. O templo foi construído para que as estátuas recebessem a luz directa do sol durante 1 hora em dois dias do ano, e não eram uns dias quaisquer: dia 21 de Fevereiro (data de nascimento de Ramsés) e 22 de Outubro (data em que foi coroado). Fora desses dias, a sala é escura como caraças, só não é mais porque entretanto inventaram as lâmpadas.
Devido à construção da barragem de Assuão, que ia provocar a subida do Nilo, a UNESCO decidiu desmontar estes templos (entre outros) e movê-los 60 metros mais para cima. Devido a esta deslocação, as estátuas são iluminadas noutros dias.
Devido à construção da barragem de Assuão, que ia provocar a subida do Nilo, a UNESCO decidiu desmontar estes templos (entre outros) e movê-los 60 metros mais para cima. Devido a esta deslocação, as estátuas são iluminadas noutros dias.
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