(Umas das poucas viagens que fiz sem os meus parceiros blogueiros)
A Turquia é daqueles países que não é carne nem é peixe, mas não é por causa disto que não merece uma visita, pelo contrário. Um bocadinho fica na Europa, o resto na Ásia, são muçulmanos, mas não são árabes nem sabem ler árabe, só sabem o que as inscrições nas mesquitas significam. São mais parecidos com a malta da Europa de leste do que com os árabes, tanto de aspecto, como a falar e até a dançar (os senhores afirmam que aquela dança que nós achamos típica da Rússia, é deles).
Na década de 20, houve um senhor, um bocado tirano, Mustafa Kemal Atatürk, que decidiu correr com a estrangeirada, que ocupava o então Império Otomano desde o final da primeira guerra mundial, e acabar também com o império e com o sultão para fundar a Turquia. Levou a cabo uma série de reformas, desassociou o estado da religião, reformou o ensino, adaptou as leis com base nas europeias, “criou” a língua turca, para substituir o árabe e conseguiu modernizar e ocidentalizar a Turquia. Apesar de ser tirano, o senhor não era nada parvo, nem nada de se deitar fora ;). Eu não imagino o que devia andar a passar pela cabeça dos “turcos” na altura das reformas. Pelo pouco que conheço do islamismo, as ideias do Atatürk eram muito à frente e as mudanças foram enormes. Tipo o nosso Marquês de Pombal, mas em versão mais bruta-montes.
Mas nem toda a Turquia acompanhou estas mudanças. O interior da Turquia ainda se mantém muito fiel às tradições islâmicas. Saindo das grandes cidades o pessoal fica mais fanático religiosamente, especialmente na região de Konya. Nas cidades grandes (Istambul e Ankara), não se vêm mulheres com véu, pelo contrário, vestem-se e trabalham como qualquer europeia (nós tínhamos uma guia), enquanto que no interior já se vêem véus e burkas.
Em Istambul (antiga Constantinopla que foi a maior cidade do mundo) tive oportunidade de visitar um dos candidatos a 7 Maravilhas do Mundo, a Hagia Sophia, ou Santa Sofia, que significa Sagrada Sabedoria. A altura e tamanho da cúpula são realmente impressionantes. Aconselho também a visita ao Palácio de Topkapi (com uns 5 pátios, até se chegar ao local onde estava o sultão) e o passeio de barco pelo Bósforo.
Em Istambul (antiga Constantinopla que foi a maior cidade do mundo) tive oportunidade de visitar um dos candidatos a 7 Maravilhas do Mundo, a Hagia Sophia, ou Santa Sofia, que significa Sagrada Sabedoria. A altura e tamanho da cúpula são realmente impressionantes. Aconselho também a visita ao Palácio de Topkapi (com uns 5 pátios, até se chegar ao local onde estava o sultão) e o passeio de barco pelo Bósforo.
Ankara por seu lado não tem nada de especial, tirando o Mausoléu do Atatürk que impressiona pelo tamanho e cujo museu conta a história da fundação da Turquia.
O interior da Turquia tem paisagens lindíssimas, especialmente a Cappadocia (na província da Anatólia) cujas cidades subterrâneas são uma aventura cheia de emoções fortes para claustrofóbicos. Nesta zona também tinham o estranho hábito de construir as casas nas rochas, só não o fazem ainda hoje porque o governo proibiu e correu com a malta de lá por motivos de segurança (a erosão e os terramotos têm causado algumas derrocadas). Mas os vales rochosos são uma visão espectacular e para os amantes de passeios pedestres, os senhores organizam viagens de alguns dias pelos vales.
Depois de uma semana e milhares de quilometros feitos dentro dum autocarro (só num dia foram uns 600 e tal), tivemos outra semana de papo pró ar perto de Ephesus, perto de Kusadasi onde atracam muitos dos cruzeiros mediterrâneos.
Depois de uma semana e milhares de quilometros feitos dentro dum autocarro (só num dia foram uns 600 e tal), tivemos outra semana de papo pró ar perto de Ephesus, perto de Kusadasi onde atracam muitos dos cruzeiros mediterrâneos.
Conselho desta vossa amiga, nem sequer pensem em dizer mal do Atatürk a um turco, arriscam-se a que o turco se transforme em cão raivoso. Quando os turcos se referem ao Atatürk, fazem-no sempre usando o nome completo (sempre serve para decorarmos o nome dele) ou como “o nosso pai”.
Sem comentários:
Enviar um comentário